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Equinácea




Descrição

A equinácea é uma planta perene da família das Compostas, comummente conhecida como a família das margaridas.
É nativa da pradaria Norte Americana e abundante na zona oeste-central. Cultiva-se amplamente com fins ornamentais e medicinais. As pétalas da flor caem a partir de um cone central composto por muitas florzinhas tubulares. A planta floresce do meio do Verão ao Outono. As cabeças das flores podem medir até 10cm de diâmetro. As folhas são de cor verde-escura, opostas, inteiras, lanceoladas, dentadas e com pequenos pelos à sua volta. As folhas superiores são mais estreitas e estão agarradas ao caule. As folhas inferiores são maiores, emergem directamente do caule e podem chegar a alcançar até 20cm de comprimento.

Utilização geral

Há três espécies de equinácea que são úteis medicinalmente. Echinacea Angustifolia, Echinacea Purpurea e Echinacea Pallida. Toda a planta tem numerosas propriedades medicinais que actuam sinergicamente para conseguir os seus efeitos benéficos. A equinácea utiliza-se sobretudo para fortalecer o sistema imune e lutar contra a infecção. As investigações demonstraram que e equinácea aumenta a produção de interferão no organismo.  Este é antisséptico e antimicrobiano, actua através de um aumento dos glóbulos brancos disponíveis para destruir bactérias e retarda a difusão da infecção. Como depurativo, o extracto da planta limpa e purifica a corrente sanguínea e foi utilizada com eficiência para tratar furúnculos.
A equinácea favorece o tratamento das feridas através da acção de uma substância química presente na raiz conhecida como glicósido ácido cafeico. Como imunomodolador, a equinácea actua gradualmente favorecendo uma alteração benéfica em todo o sistema. Utilizou-se também para tratar a infecção urinária e as infecções por Candida albicans. A equinácea é fabrífugae, portanto, útil para reduzir a febre, assim como para tratar as hemorróidas. Sob a forma de tintura ou de decocção forte, serve para lavagens bocais no tratamento da piorreia e da gengivite.
Os índios nativos da América do Norte utilizavam a equinácea com fins antissépticos, como remédio para as mordeduras de serpente, para matar a cede, para lavar as mãos e aumentar a tolerância ao calor. Com a chegada dos antibióticos a planta perdeu parte da sua popularidade. Actualmente, estão comercializados bálsamos, tinturas, chás e extractos que são fornecidos em doses standard.
 Diversos estudos clínicos observaram que toda a planta possui propriedades medicinais com diferentes níveis de eficiência. A equinácea é especialmente benéfica para o tratamento de infecções respiratórias do tracto superior. Em alguns casos foi demonstrado que a equinácea activa os macrófagos que destroem as células do crancro e os patógenos quando se toma depois dos tratamentos para o cancro. Observou-se que um extracto da raiz aumenta a produção no organismo de glóbulos brancos. A equinácea mostrou-se eficaz quando se toma ao começarem os sintomas da doença. Outras investigações demonstraram um efeito significativo da equinácea purpúrea para reduzir a duração e a gravidade das constipações e da gripe. Algumas referências herbáceas usam só a raiz como a parte medicinal e outras incluem as partes aéreas da planta, particularmente a folha. Os estudos de investigação realizados concluíram que toda a planta é eficaz medicinalmente. A maior parte dos estudos fizeram-se sobre as espécies de Echinacea pallida e Echinacea purpúrea. Todas as espécies de equinácea são ricas em vitaminas e minerais. A equinácea é uma fonte herbácea de niacina, cromo, ferro, manganésio, selénio, sílica e zinco.


Preparações

A qualidade de qualquer suplemento herbáceo depende em grande parte das condições climáticas e do solo onde se colheu a planta, do momento e do cuidado da colheita e da forma de preparação e de armazenamento.
A decocção é o melhor método para extrair os sais minerais e outros componentes curativos derivados de partes da planta, como a raiz, a casca e os caules. Prepara-se adicionando 30g de materiais secos da planta ou 560g de parte da planta fresca a 500ml de água fervida não clorada num recipiente metálico. Deixa-se repousar a mistura durante meia hora, depois côa-se e cobre-se. A decocção pode conservar-se no frigorífico até dois dias, no máximo, sem que perca as suas qualidades curativas.
A infusão é o método utilizado para obter benefícios das folhas, das flores e dos caules. A quantidade da planta fresca a utilizar deve ser o dobro da planta seca. Deixa-se repousar em água fervida não clorada, durante 10 a 15 minutos, depois côa-se e cobre-se. Bebe-se quente, adoçada com mel, se se desejar; a dose padrão é de três chávenas por dia. A infusão pode guardar-se durante dois dias no frigorífico, sem que perca as suas qualidades curativas.
A tintura é o método habitual para preparar um concentrado do remédio herbáceo. As tinturas, adequadamente preparadas e armazenadas, mantêm a sua eficácia medicinal durante dois anos ou mais. Combinam-se 120g da planta fresca, finamente cortada ou de planta seca em pó com 500ml de conhaque, genebra ou vodka num recipiente de vidro. O álcool deve ser suficiente para cobrir as partes da planta e deve estar numa proporção de 50% com água. A mistura deve ser colocada longe da luz durante duas semanas, e agitada várias vezes ao dia. Côa-se e armazena-se numa garrafa de vidro escuro hermeticamente fechada. A dose padrão é de 4ml de tintura 3 vezes ao dia.


Precauções

A equinácea é considerada segura nas doses recomendadas. No entanto, as mulheres grávidas ou que amamentam não a devem tomar sob a forma de injecção. A planta tem propriedades demonstradas como imunomoduladoras, pelo que as pessoas que sofrem de lúpus eritematoso sistémico, artrite reumatoide, tuberculose, leucemia, esclerose múltipla ou sida devem consultar o seu médico antes de a tomar. A equinácea não se deve dar às crianças com menos de 2 anos e só deve administrar-se às crianças depois de ter sido consultado o médico de família. A investigação indica que a equinácea é mais eficaz quando se toma no início dos sintomas do resfriado ou da gripe e quando a sua utilização se mantêm durante apenas oito semanas. Existe alguma indicação de que a planta perde a sua eficácia quando se utiliza durante um longo período de tempo. É necessário interromper a administração durante pelo menos algumas semanas para dar oportunidade ao sistema imunitário do organismo de descansar e de se ajustar.

Efeitos secundários

Não se descreveram efeitos secundários com a administração oral da equinácea, tanto em tintura como em cápsulas ou em infusão, quando se toma de acordo com as doses recomendadas. Descreveram-se casos de calafrios, febre e reacções alérgicas em alguns estudos de investigação quando se utiliza a injecção de extracto da planta.

Interacções

Não se descreveram. Quando se usa em combinação com outras plantas deve diminuir-se a dose.


Bibliografia: Manual de Medicinas Complementares

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